Habitualmente as pessoas têm a impressão de que os medicamentos naturais, tais como chás, ervas e até mesmo fitoterápicos, são isentos de efeitos adversos.
Esse pensamento é um imenso EQUÍVOCO. Todos os fitoterápicos (chás, ervas, beberagens, etc) possuem princípios ativos que se distribuem entre moléculas de Dipertenóides, triterpenóides, polifenóis, alcaloides, fitoesteróis, etc.
Esses princípios ativos possuem metabolização no organismo humano, podendo causar toxicidade, direta ou indiretamente, através dos seus metabólitos intermediários . Mais ainda, podem interagir fortemente com outras ervas e/ou medicamentos alopáticos.
O número de casos de toxicidade por ervas, chás e fitoterápicos só aumenta na literatura médica especializada. Neste momento, o aumento é tão exponencial que já chama a atenção das Sociedades Internacionais de Fígado para o reconhecimento de uma outra doença chamada HILI (Harbal Induced Liver Injury / Doença Hepática Induzida por Ervas).
As práticas modistas e, sobretudo, a utilização das redes sociais e da internet para fake News com fins comerciais para vendas de propostas terapêuticas que não se sustentam cientificamente ou para atrair pacientes para práticas absolutamente dissociadas de qualquer cunho racional ou cientifico, tem contribuído imensamente para que a toxicidade induzida por ervas, chás e fitoterápicos, aumentem e acrescentem risco à saúde das pessoas.
Logo abaixo, alguns exemplos de medicamentos que são utilizados por práticas modistas em grandes formulações, muitas vezes contendo diversas outras substancias, e que estão relacionadas como potenciais causadores de hepatotoxicidade:
Centelia Asiática (Medicina Ayurvédica) |
Toxicidade hepática, Hepatite Aguda, algumas vezes grave. |
Maca Peruana |
Descrito mais recentemente com elevação de Aminotransferases e caso de Hepatite Aguda grave. |
Chá Verde |
O seu uso em cápsula concentra um principio ativo tóxico chamado Catequina. Associado a toxicidade direta, principalmente em mulheres. |
Erva Cavalinha ou Germander |
Já proibido em alguns países pelo risco de hepatotoxicidade e de interações medicamentosas. Pode causar Hepatite Aguda, Hepatite Crônica e até mesmo Cirrose Hepática. Fortes e nefastas interações medicamentosas com diversos medicamentos alopáticos. |
Espinheira Santa |
Associado a casos de toxicidade hepática, principalmente Hepatite Autoimune induzida por medicamentos. |
Morosil |
Associado a casos de Hepatite Aguda, cujo quadro clínico se assemelha a Hepatite Aguda Viral |
Confrei |
Associado a quadro de Doença Vascular do Fígado do tipo Doença Veno-Oclusiva. |
Garcínia Cambogiana |
Associado a quadro de Hepatite Aguda |
Cúrcuma |
Associado a quadros de agressão hepatocelular e forte interações medicamentosas nefastas. |
Picão Preto ou Fedegoso ou Carrapicho |
Associado a quadros de agressão hepática aguda, incluindo Hepatite Fulminante. |
Mãe Boa |
Associado a quadro de Hepatite Aguda, inclusive Hepatite Fulminante |
Maria Preta |
Associado a quadro de Doença Vascular do Fígado, compatível com Síndrome Veno-Oclusiva |
Sene |
Associado a quadros de Trombose |
Cascara Sagrada |
Associado a quadro de Colestase Aguda |
Cápsula de Alho |
Associado a interações medicamentosas nefastas, sobretudo com Anticoagulante. |
Boldo |
Associado a agressão hepatocelular de baixo grau, como também a interações medicamentosas nefastas com Anticoagulante. |
Gengibre |
Associado a interações medicamentosas nefastas com Anticoagulantes e com anticonvulsivantes. |
Citrus Auranticum |
Associado a quadro de Hepatite Aguda Medicamentosa. |