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Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 300 milhões de pessoas são portadoras dos vírus das hepatites B e C em todo o mundo. O Ministério da Saúde estima que 26 mil pessoas recebem tratamento para estas doenças no Brasil. Nesta edição, o @saúde com Jairo Bouer traz os novos tratamentos que em breve estarão disponíveis no Brasil para quem tem hepatite C.

A doença é causada por um vírus que agride o fígado, provocando uma inflamação que pode evoluir para cirrose e até câncer no órgão. O vírus da hepatite C é transmitido pelo contato direto entre o sangue infectado devido ao compartilhamento de seringas e agulhas. A transmissão por relação sexual é rara.

Edson Roberto Parise, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, afirma que a principal vantagem dos novos medicamentos é a redução do tempo de tratamento, bem como poucos efeitos colaterais.

Um tratamento comum tem duração de 11 meses, e as drogas mais avançadas prometem reduzir este período para apenas três. Os efeitos colaterais também são menores, já que o organismo passa a ter pouco contato com a droga.

O custo, no entanto, pode ser um empecilho para que esses novos tratamentos atinjam grande parte da população. É que, segundo Parise, nos Estados Unidos cada cápsula sai por mil dólares. “Caso alguém tenha interesse em importar o medicamento para o Brasil, precisará desembolsar R$400 mil reais pelo tratamento”, afirma.

Segundo Parise, os novos medicamentos já estão sendo analisados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e em breve estarão disponíveis no Brasil.

Assista também à íntegra desta entrevista aos demais programas no UOL Saúde. E se você tem alguma pergunta sobre saúde, sexo ou comportamento, envie para [email protected]. Algumas questões serão selecionadas e respondidas nos futuros vídeos.

Autor: José da Silva


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Atualmente a hepatite C acomete cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil, sendo que uma parcela significativa dessas pessoas nem sabem que estão contaminadas.

A infecção crônica pelo vírus C apresenta uma característica marcante de evoluir, ao longo dos anos, com pouca ou nenhuma manifestação clínica que chame a atenção para sua existência.

É uma doença que, uma vez não tratada, pode evoluir para cirrose hepática e também aumenta o risco para o aparecimento do câncer de fígado.

O tratamento da hepatite C, quando bem sucedido, leva à cura da infecção, detém a progressão da doença hepática e reduz significativamente o desenvolvimento do câncer de fígado.

A falta de diagnóstico na fase inicial da doença, fase de melhor resposta ao tratamento, impede seu tratamento curativo e impacta de forma negativa sobre os custos da saúde.

A frequência da hepatite C aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 30-40 anos. A maior frequência de indivíduos infectados nessa faixa etária é explicada pela maior exposição desse grupo etário aos fatores de risco para transmissão da hepatite C.

Apenas no final da década de 60 e início da década de 70 começou a haver a substituição das seringas de vidro e agulhas reutilizáveis pelas seringas e agulhas descartáveis.

Vários relatos demonstram a importância desse meio de transmissão da doença, principalmente entre atletas que compartilhavam seringas e agulhas não descartáveis para uso de estimulantes.

Também na população geral era comum a utilização de injeções para gripe e energizantes, aplicadas indistintamente e sem prescrição médica nas farmácias do Brasil, com agulhas e seringas não descartáveis, submetidas a fervuras que não eliminavam o vírus da hepatite C.

Não podemos nos esquecer também da prática, comum até muito recentemente, da utilização de material pérfuro-cortante não esterilizado adequadamente e aparentemente inofensivo, na rotina diária, como ocorria nos salões de manicures e pedicures, acumpuntura, consultórios odontológicos, principalmente pelo desconhecimento sobre as formas de contágio da hepatite C e meios adequados de desinfecção do material.

Fazem parte desse grupo também, indivíduos que fazem uso de drogas injetáveis e inalatórias e que compartilham material de consumo.

Outro fator importante na transmissão do vírus até 1992 foi a transfusão de sangue infectado com o vírus da hepatite C. Até esse ano, o teste que detecta o paciente infectado (anti-VHC, anticorpo contra o vírus da hepatite C) não era disponível para que se excluíssem os infectados da lista de doadores.

Nessa época apenas pacientes com elevação das enzimas do fígado ou com histórico de hepatite no passado eram impedidos de doarem sangue. Somente a partir de 1992 vários bancos de sangue começaram a utilizar o anti-VHC para rastreamento do vírus da hepatite C, tornado obrigatório em 2003 pelo Ministério da Saúde (Diário Oficial da União em 02 de dezembro de 2003).


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